quarta-feira, maio 25, 2005

Da série 'Bicho Homem'

Os homens com os quais tenho lidado ultimamente têm me dado várias provas de que os tempos mudaram mesmo. Digo isso em relação ao trato que eles têm com as mulheres. Sim, sem querer parecer feminista ou mal-amada (longe disso, até porque acho que as mulheres têm uma grande parcela de culpa nessa história), os homens (de minha cidade, de meu tempo, a que tenho acesso) andam tratando as mulheres como se elas tivessem nascido para satisfazer suas vontades, como se tivessem a obrigação de agradecer a um jantar ou a um cinema, com uma noite de sexo casual ou com um amasso mais quente dentro do carro. Parece que estamos voltando aos velhos tempos, em que os pais escolhiam os maridos para as filhas (essa parte não, hoje os filhos nem se casam mais... quando muito resolvem morar juntos) e elas eram tidas como escravas (sexuais, inclusive), criadas e educadas somente para obedecer e dar prazer.

Atualmente, as mulheres, mais do que nunca, enfrentam um dilema insolucionável. A intimidade não é mais uma conquista, mas uma imposição, uma regra. Se fecham o cerco e não abrem a guarda - os homens acabam achando-as muito difíceis e terminam tudo porque existem moças mais fáceis por aí. Se são fáceis e aceitam tudo - não são levadas a sério, não servem pra namorar, casar ou apresentar pra família e, pior ainda, não despertam maiores interesses, porque o instinto humano é, indiscutivelmente, conquistar. Portanto, nada que não ofereça resistência e empenho é capaz de prender a atenção de um homem (isso vale para a mulher também) por muito tempo.

Como eu tirei a noite pra esculhambar a machaiada, o que tenho a dizer é que estou profundamente decepcionada, frustrada, desesperançosa. E não é exagero não. Muitas de minhas amigas fazem as mesmas queixas, se indignam pelos mesmos motivos. Será que é pedir muito que um homem tenha o mínimo de educação, respeito, cordialidade e compreensão com uma mulher? Ou estou vivendo numa cidade de homens dignos de comparação a animais que pastam (e preciso urgentemente me mudar para um lugar mais civilizado) ou fui eu quem parei no tempo e ainda não atinei pra realidade. Tenho pena das moças das gerações futuras.

Nenhum comentário: