quarta-feira, junho 29, 2005


Meu orgulhinho! :*

sábado, junho 25, 2005

Da série 'Trilha Sonora para um Coração Partido'

Deixe-me ir, preciso andar

Vou por aí a procurar

Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer

Ver as águas dos rios correr

Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer, quero viver

Deixe-me ir preciso andar

Vou por aí a procurar

Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar

Diga que eu só vou voltar

Quando eu me encontrar

Quero assistir ao sol nascer

Ver as águas do rio correr

Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer, quero viver

Deixe-me ir preciso andar

Vou por aí a procurar

Rir pra não chorar

(Preciso me encontrar - Candeia - Interpretação de Marisa Monte)

"Hoje eu tô sozinha
e não aceito conselho!
Vou pintar minhas unhas
e meu cabelo de vermelho..."

(Ana Carolina)
Eu sempre confiei no meu taco.
Eu sempre gostei de mim.
Eu sempre me achei especial demais.
Sempre pensei que, com uma conversa de 30 minutos (até menos), eu poderia conquistar qualquer homem.
Eu só precisava da oportunidade.
Aí, com o tempo, eu fui percebendo que a teoria não é nada sem a prática. E que, por falta de prática, a teoria acaba ficando esquecida, envelhecendo, até se tornar igual a tantas outras: ultrapassada.
Comecei a perceber, também, que eu não era a única a ter boa conversa, a ter uma voz linda, ser super afinadinha pra cantar, entender de poesia e música, fazer piadas inteligentes e saber deixar o cara à vontade.
Eu não era a única a impressionar pelo bom gosto, nem pela boa educação, nem pela doçura, nem pelo sorriso cativante. O que eu tinha de melhor já não valia tanto assim.
Acabei descobrindo que eu sou, mais ou menos, como o trabalhador de 15 anos atrás que enfrenta o mercado de trabalho hoje: por ter terminado o segundo grau, emprego não faltaria. Mas as pessoas foram se aperfeiçoando demais e seria interessante fazer uma faculdade pra não correr o risco de ficar desempregado. Aí ele descobre que, além da faculdade, existem 2593 tipos de especialização, mestrados, doutorados, phd's e o raio que o parta. E que, por mais que se estude, sempre haverá uma atualização pra fazer, sempre exigirão mais e mais e mais. Exigirão seu tempo, seu sono, sua inteligência, sua dedicação. Sanguessugas mesmo. Todo mundo quer sempre mais.
Tudo muda. Nada mais é estático. É preciso bem mais que bom comportamento pra conquistar alguém. O repertório, além de ser moderno, tem que vir acompanhado de uma bela embalagem e garantia, caso estrague. Aí sim pode-se começar a pensar em conquista.
"Certas coisas, pequenas coisas, são capazes de me ferir profundamente. Mas eu sofro em silêncio, não vale a pena reclamar, dividir. Talvez eu devesse expôr minhas fragilidades, minhas delicadezas. Assim ninguém me machuraria sem querer e eu não me sentiria na obrigação de perdoar." (Ana Mangeon)

quinta-feira, junho 23, 2005

Esse teu jeito de ser


(Imagem de Teresa Fonseca)

Irrita-me esse teu jeito de ser.
Tão inteligente, polido, sempre educado.
Tão certo, tão básico, sempre ideal.
E, como se fosse pouco,
és belo, formoso e falas com doces olhos.
Se ao menos fosses grosseiro, indiferente, insensível
desengonçado, impontual, imprevisível
Se ao menos fosses marrento, mau-caráter, lesado,
implicante, covarde, frio e esculachado
Fácil seria odiar-te e simples seria esquecer-te.
Mas esse teu jeito de ser somente me encanta
me apaixona e me envolve.
Amaria-te por completo, se assim o quisesses
com amor puro, incondicional e devoto.
Mas não suporto esse teu jeito de ser.

sexta-feira, junho 17, 2005

Da série 'Descobertas da Semana' - de 12/06 a 17/06

1) Descobri que a minha tristeza chega junto com a noite. E que não dá pra dormir 12 horas esperando ser dia de novo.
2) Descobri que ninguém faz nada de graça pra ninguém. E que se você tem dinheiro, as coisas mudam.
3) Descobri que não vale a pena brigar. Quando você pensa que está fazendo a coisa certa, te jogam um balde de água fria e você é obrigado a voltar com o rabo entre as pernas.
4) Descobri que passar o dia dos namorados sozinha está cada ano mais aceitável. Primeiro porque, para os apaixonados, todo dia é dia dos namorados. E porque ter amigas legais e companheiras ajuda muuuito.
5) Descobri que ir ao cinema com uma prima pode ser um dos melhores programas da semana, principalmente quando ela te banca!
6) Descobri que sou um pouco burra. E que eu deveria aproveitar os momentos (porque - é clichê, mas é verdade - ele não voltam) e não ficar pensando demais no amanhã pra não me arrepender inutilmente.
7) Descobri que 'dinheiro na mão é vendaval'... ainda mais quando você não tem tinta na impressora e precisa imprimir mais de 150 páginas. E ainda tirar xerox em duas vias.
8) Descobri que falar ao telefone de madrugada é uma delícia: além do silêncio, a gente pode se sentir carinhosamente acompanhada!
9) Descobri que ser acordada por uma furadeira me faz ter vontade de matar alguém, principalmente quando eu não tive uma boa noite de sono.
10) Descobri que as pessoas que mais me admiram e valorizam moram bem longe de mim.
11) Descobri que amigos sempre voltam, independente do tempo. E, tirando a saudade, é como se eles nunca tivessem ido.
12) Descobri que a sorte grande pode te ser dada e você, sem saber o que fazer, joga fora a oportunidade de ser feliz.
13) Descobri que eu tenho a capacidade de não esquecer um perfume que eu queria esquecer.
14) Descobri que odeio a Gisele Bündchen (por razões óbvias, né, gente?).
15) Descobri que não tenho mesmo paciência com gente medíocre.
16) Descobri que ir dormir mais cedo pra apresentar o projeto de conclusão de curso às 7h da manhã do sábado não vai me matar. Se eu não passar, vou perder muitas noites de sono mesmo. Portanto, boa noite. E boa sorte pra mim. :)

(Foto de Manuel Passos)

Porque em sonhos eu posso te ter.
Posso me fazer tua, nua, frágil, rígida.
E tu podes ser tudo aquilo que eu amo em ti.
Podes sorrir teu sorriso doce.
Podes abrir tuas mãos e espalhá-las em meu corpo.
E não existe distância, nem mesmo física.
Não existe desentendimento, nem mesmo verbal.
E eu posso criar maneiras novas de te amar.
E posso dizer que posso.
Minha doçura não encanta mais ninguém.
Minha boa educação já não é um diferencial.
Quando olham pra mim, não vêem o coração generoso que eu trago no peito.
Não valorizam mais as minhas verdades e nos meus planos ninguém mais crê, nem mesmo eu.
Eu olho, mas não enxergo.
Eu escuto, mas não ouço.
Eu toco, mas não sinto.
Eu quero, mas não ouso.
Eu finjo suportar a dor e abro um sorriso, tentando disfarçar lágrimas involuntárias.
Eu não sei mais quem sou. Sei que estou, que vivo, que tento - mas não consigo.
E tudo que eu quero me lembra o quão longe eu estou de chegar à fonte.
E o deserto está em mim. Eu sou areia, feita de chumbo. Nem o vento me leva pra outro lugar.
Sempre encontro pessoas com objetivos diferentes dos meus. E quando encontro quem tenha os mesmos, invento uma desculpa qualquer e mudo logo - de objetivos e de assunto. Eu tenho medo.
Tenho receio de revelar o quão infeliz eu sou e não suportar essa realidade. Sim, sou covarde.
E sou orgulhosa. Ter que depender de alguém - e isso vale pra qualquer tipo de dependência - emocional, física, financeira -, por me deixar tão vulnerável, me faz extremamente frustrada.
Eu quero chegar ao topo, mas me falta o degrau.
Então só me resta olhar pra cima e suspirar.

sábado, junho 11, 2005

"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar pra mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui."
(Clarice Lispector - A hora da Estrela)
...
"... estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser..."
Parece que fui eu quem escrevi esse trecho...
"Me ser" é uma tarefa complicadíssima. Chata. Trabalhosa.
Escrever é mais que um prazer... é uma necessidade.
E, embora hoje eu sinta vontade de desabafar conversando com alguém (o que raramente acontece), ter esse espaço já me deixa imensamente aliviada.
É aqui o meu abrigo quando quero me esconder do mundo. Aqui eu posso ser eu mesma, sem nenhum tipo de máscara. Posso chorar lágrimas de crocodilo, posso xingar, posso exagerar. E também posso me derramar em sorrisos, me declarar, me exibir.
E aqui, também, eu posso não me ser.

quinta-feira, junho 09, 2005

Da série 'Deus não dá asa a cobra'

O gato, inspirado:

- Se eu me perco no teu corpo... Ninguém mais me acha!

E a bonita, desfalecendo:

- Eu é que não deixaria ninguém te procurar!

Sabe porque essas coisas acontecem?!
Porque aquelas outras coisas passam looooonge (leia-se uns 2000 km!) de acontecer!

terça-feira, junho 07, 2005

Alguns dias sem escrever aqui, né?! Mas não abandonei o blog não. Estou só um pouco sem tempo, muitos trabalhos da faculdade pra entregar... e me falta inspiração também. Sabe aqueles dias em que se tem vontade de deixar as coisas seguirem seu curso sem nenhuma interrupção? Pois é. Pela primeira vez nesses dias posso dizer que estou de bem com a vida. Ou pelo menos me vejo sem ter a obrigação de reclamar dela.

quarta-feira, junho 01, 2005


Eu confesso que, assim como muitos, eu busco o amor em elementos que não podem me trazê-lo. No máximo aproximá-lo um pouco mais do meu pensamento, como uma realidade a se concretizar num momento de boa vontade do destino. Seria mais fácil dizer Eu te Amo e ouvir algum pedido de desculpas hermético e resolver definitivamente essas matérias do coração e me petrificar novamente numa moça silenciosa, assexuada e lúgubre. Mas não é isso que desejo no profundo de minha alma.

Se não tenho o alento de braços que me envolvam o corpo, que haja uma idealização que me embale o pensar e me afogue nessas imagens lindas que eu invento, com que sonho e adoro. Elas não me machucam como acreditam os que se preocupam. Talvez só um pouco...

Certa vez me disseram que o amor é um sentimento incapaz de existir unilateralmente. Bobagem. A amizade talvez funcione assim. O amor não. O amor é um ser fruto de geraçao espontânea e se reproduz por bipartição. Surge e cresce e domina. E a essa hora eu já não sei se sou eu que escrevo ou se é o amor que fala por si próprio.

Esse sentimento que eu não escondo, não por vontade, mas porque meu olhar o traduz, vive aqui inoculado, tranquilo, se alimentando das imagens que crio e das palavras que não ouso escrever ou dizer. E vai envelhecendo, se apurando, ficando mais forte e mais palatável. Se meu amor fosse um vinho, talvez já estivesse virando vinagre e começando a queimar-me o espírito e causar-me azia. Mas ele não o é.

O meu amor é uma cachaça muito boa embalada numa garrafa pouco atraente que você nunca abriu.